sábado, 31 de janeiro de 2015

População aprova o atendimento

31.01.2015

Os médicos cubanos são bastante elogiados "pelo profissionalismo, humildade e disposição para o atendimento"

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A presença dos profissionais de Medicina em casa é uma constante e a população os recebe com carinho; nos postos de saúde dos municípios do Interior, cresce a demanda, já que as pessoas têm a certeza de que serão atendidas
FOTOS: HONÓRIO BARBOSA / ANTONIO CARLOS ALVES
Quixadá Municípios e médicos tiveram até esta quinta-feira, 29, para aderirem ao novo edital de seleção para o Programa Mais Médicos, do Governo Federal. Segundo o Ministério da Saúde, o edital garante a incorporação de 100% das vagas do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), conhecido como Mais Médicos. No Ceará, 117 municípios puderam solicitar novas vagas. A seleção integra cidades que ainda não participam do programa. O resultado será divulgado somente no início de fevereiro.
Conforme o Ministério da Saúde, estão aptas a aderir ao Programa, as prefeituras do Provab 2014, que encerra em fevereiro, e aquelas de maior vulnerabilidade econômica e social. Foram priorizadas, por exemplo, as cidades com 20% de sua população em extrema pobreza, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo e muito baixo, localizadas no Semiárido e nas periferias de capitais e regiões metropolitanas. Também foi garantida expansão para os distritos indígenas.
Beneficiados
Desde a sua criação, em 2013, o Programa Mais Médicos ampliou a assistência na Atenção Básica, fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. Por meio da iniciativa, 14.462 mil médicos passaram a atender a população de 3.785 mil municípios do País, o equivalente a 68% e os 34 Distritos Sanitários Indígenas (DSEIs). Cerca de 50 milhões de brasileiros são beneficiados.
Na região Centro-Sul do Ceará, cinco municípios foram contemplados com mais vagas para o Programa de Valorização da Atenção Básica e para o Mais Médicos, que a partir deste ano foram unificados pelo Ministério da Saúde: Cariús, Icó, Iguatu, Jucás e Orós.
Moradores e coordenadores dos programas têm avaliação comum e positiva sobre a qualidade do atendimento. "A cobertura da atenção básica aumentou e todos estão satisfeitos porque são profissionais comprometidos", disse a coordenadora de atenção básica de Icó, Lorena Alencar. "O município obteve três vagas e pediu a ampliação de mais cinco".
Em Jucás, o secretário de Saúde, Gleison Lima, vive a expectativa de ampliar o número de profissionais em mais dois médicos. "Fizemos a adesão", disse. Em Iguatu, a secretária de Saúde, Vanderlúcia Felipe Lobo, frisou que o município já conta com 21 profissionais do Mais Médicos, sendo 19 cubanos e dois brasileiros. "Havia duas vagas, mas o sistema só abriu para uma e estamos na luta para conseguir a outra", explicou Vanderlúcia.
Em Cariús, as nove equipes estão completas e, segundo a coordenadora da Atenção Básica, Sheila Nicácio, houve apenas renovação. "O programa é positivo. Enfrentávamos dificuldades, cidade pequena, sem atrativo, e áreas rurais distantes. Há dois anos, estamos sem problemas".
Em Quixadá, um dos municípios do Centro do Estado contemplado com o maior número de médicos dos dois programas na região, atualmente com nove, não demorou muito tempo para os profissionais cubanos se familiarizarem com as comunidades assistidas por eles e conquistarem a confiança de toda a população. A comunidade continua reclamando, mas não é deles. Os moradores não estão satisfeitos é com a falta de medicamentos e de estrutura para os médicos trabalharem", comentou uma assistente que preferiu manter-se no anonimato.
Quanto aos médicos, muitos elogiam o trabalho deles. É o caso do aposentado José Ferreira, mais conhecido na comunidade de Califórnia, onde mora, como "Zé do Gado". Quando precisa, o médico é sempre muito atencioso. Sempre sentia dores no coração, tinha problema de pressão e acreditava ser diabetes. Foi muito bem medicado e acabou descobrindo o problema, era nos rins. Agora precisa fazer hemodiálise. "Esse médico é uma bênção para a gente. Está sempre disposto a atender a todos e não se cansa de visitar toda a vizinhança", ressaltou.
Profissionalismo
Noutra comunidade rural de Quixadá, na Várzea da Onça, a população é assistida por uma médica cubana. Conforme a secretária escolar Cássia Pinheiro Queiroz, os elogios são praticamente os mesmos: humildade, profissionalismo e disposição para atender os moradores.
Nos dias de atendimento, o posto de saúde sempre fica lotado, mas a médica só vai embora após atender o último paciente. Os problemas com a linguagem foram superados rapidamente, destacou a moradora.
Conforme a coordenadora da Atenção Básica de Quixadá, Bruna Bezerra, hoje o município conta com cinco médicos do Mais Médicos, quatro deles estrangeiros, todos cubanos, e mais quatro brasileiros, por meio do outro programa de assistência à atenção básica, o Provab.
Com a manutenção desse efetivo a Cidade continuará tendo 100% de cobertura nos postos de saúde. Todavia, quatro médicos brasileiros optaram por fazem residência médica, noutras cidades. Por esse motivo é aguardada com expectativa a divulgação do resultado do edital de seleção do Ministério da Saúde.
Acerca das críticas sobre a falta de medicamentos nos postos de saúde de Quixadá, a coordenadora explicou depender da Secretaria de Saúde do Estado. "O Município envia sua demanda de necessidades, mas às vezes o Estado demora a atender".
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