quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Deputados cobram repasses da União

A falta de repasses para as construtoras que prestam serviços no Ceará para o programa Minha Casa, Minha Vida motivou protestos, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa. Parlamentares chegaram a dizer que o Governo da presidente Dilma Rousseff não tem compromisso com projetos sociais no Brasil, e estaria beneficiando apenas a indústria automobilística.
O deputado Carlos Matos (PSDB) levou o tema para a tribuna, destacando que houve um esforço da União para manter a indústria automobilística com incremento de R$ 5 bilhões, enquanto somente no Ceará o Minha Casa, Minha Vida já demitiu seis mil funcionários, correndo o risco de dispensar mais quatro mil.
Segundo ele, o Governo não está honrando seus compromissos e está com débito de R$ 160 milhões com as empresas no Ceará. "Essas empresas não recebem há 120 dias. O Governo quer manter os empregos apenas das empresas automobilísticas de São Paulo?", questionou.
Para Matos, neste momento está havendo uma "paralisia" da gestão. "O Governo está gerando uma desconfiança na população. De repente, a gente assiste na televisão a informação de que a presidente da República irá fazer inauguração de casas no Ceará sem honrar os seus compromissos", apontou.
Segundo Matos, a gestão petista não tem compromisso com o programa Minha Casa, Minha Vida, já que o atraso no pagamento das empreiteiras se dá desde outubro do ano passado. "Os governantes necessitam honrar sua palavra e com os compromissos financeiros, já que eles querem que as empresas honrem com o pagamento de impostos. O empresário precisa honrar a folha de pagamento para que a obra continue", destacou. O tucano disse que o Governo Federal é inerte e tem agido para empresas internacionais, esquecendo as empresas regionais do País.
O deputado estadual João Jaime (DEM) corroborou com o colega e destacou que a visita de Dilma Rousseff faz parte de uma tentativa de agenda positiva que não está dando o resultado desejado. Ele reclamou da liberação de R$ 5 bilhões para os setores automobilístico e metalúrgico. Ele afirmou ainda que não é possível acreditar naquilo que é dito pela presidente Dilma Rousseff, pois ela prometeu não comprometer os direitos sociais.
Inflação
Jaime afirmou que o Bolsa Família também está sendo afetado pela situação financeira do País, pois, de forma indireta, as pessoas têm sentido a inflação "corroer" o benefício federal. "O Brasil não tem mais Governo e só Deus sabe o que vai acontecer daqui para frente", disse.
Já Carlos Matos destacou que alguns municípios estão sendo prejudicados com o atraso no repasse de R$ 6 bilhões, alegando que no Ceará há 30 construtoras com problemas, correndo até risco de cancelamento das obras. Além de Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Trairi, Sobral, Quixadá, Canindé, Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato e Quixeramobim foram afetadas com a demora no repasse dos recursos.
"Se não quiserem continuar o programa, tudo bem, é compreensível. Mas o compromisso foi assumido e as obras estão em andamento. Eu pediria ao Governo Federal e ao Governo do estado que solucionassem esse problema", defendeu Matos.
Ely Aguiar (PSDC) ressaltou que a presença de Dilma Rousseff no Ceará é "uma mentira", argumentando que a previsão seria de entrega de mais de 2 mil casas para o Estado e, agora, serão apenas 300 unidades.
Joaquim Noronha (PP) afirmou que a presidente deve satisfação aos construtores e seus funcionários. Rachel Marques (PT) respondeu que até o fim do mês o Governo fará os repasses do programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo ela, cerca de 40 mil unidades foram construídas em 20 cidades cearenses, com mais de 90 mil beneficiados.

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