quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Até o final deste ano população de Campos Sales, na região do cariri Oeste, poderá ficar sem água para consumo



Os 25 mil habitantes que residem no município de Campos Sales, na região do cariri Oeste, poderão ficar sem água para consumir até o final deste ano, se o governo do Estado, não perfurar poços profundos ou não levar água da adutora construída na serra do Desapregado no município de Araripe, que fica a uma distância de 33 km, para atender a demanda populacional.

      O prefeito  de Campos Sales, Moésio Loiola, disse que a situação está se complicando porque o município sozinho não tem como resolver o problema do abastecimento de água. Para o gestor, além de já ser um problema que persegue o município há muitos anos, na medida em que a população cresceu, existe uma insatisfação com a má vontade da Defesa Civil do Estado em atender as reivindicações do município. Moésio explicou que Campos Sales dispõe de alguns poços, com vazão que varia de 10 a 40 mil litros de água por hora, mas que não existe sequer um sistema tipo chafariz que venha a atender, por exemplo, com 10 mil litros a população . Há uma lentidão para a solução do problema, e enquanto isso o povo vive essa angustia e aflição. “Se, o governador me ajudasse a montar ou instalar esses poços que tem aqui, nós teríamos uma capacidade de 85 mil litros de água a mais para todo o município. Mas, a situação é caótica”, disse o prefeito.

     Moésio Loiola mencionou ainda que a água fornecida pela Cagece, não está recebendo o tratamento adequado, e muita gente não está mais nem consumindo a água que a mesma distribui. Na maioria das residências, de acordo com o gestor, a água da Cagece só está sendo utilizada para lavar banheiro e descarga. “A água que sai nas torneiras é podre, destacou, por isso seria uma questão de ordem emergencial que o Governo do Estado instale os poços profundos aqui em Campos Sales.”

    Pedro Feitosa da Silva, residente em Campos Sales há  mais de 20 anos, também reclama da péssima qualidade da água fornecida pela Cagece. “A água que chega em nossas casas vem com mal cheiro, imprópria pra fazer até as atividades domésticas. Estamos comprando água,  que vem em carros pipas do Estado de Pernambuco, para poder consumir. Esse problema aqui é antigo, e o mais lamentável de tudo isso é que além de não termos a prestação de um serviço condizente pela Cagece, estão nos cobrando tarifas com valores exorbitantes, eu acho que o ministério publico poderia ver essa questão, e determinar a suspensão do pagamento dessas taxas d água, se isso não acontecer nós iremos até o escritório do órgão em Campos Sales, com lata vazias na cabeça para protestar, porque o que estão fazendo com a população é muito descaso. Eu estou indignado porque o mês passado, mesmo não consumindo a água da Cagece, paguei em torno de R$ 150,00 e, esse mês, veio uma fatura no valor de R$ 300,00. Isso é um absurdo”, pontua ele.

    O contador Cézar Cals de Andrade, também se refere à má condição da água que chega através da Cagece, mas justifica que a água é oriunda do principal reservatório que abastece a cidade, o açude Poço de Pedra, que está secando. O contador chama atenção para outro problema relacionado com a Cagece: além da péssima qualidade, existe o  desperdício por parte do órgão que distribui  do precioso liquido  porque enchem a caixa de destribuição e deixa a água correr sobre a rua. Se não tivermos uma quadra invernosa não teremos mas condição de receber uma água de boa qualidade, destacou Cézar, informando ainda que  há cerca de quatro meses, mandou fazer umas análises da água, e em todas as amostras foi encontrado cloriformes fecais. “Desse modo, a água fornecida pela Cagece representa um risco á saúde da população”, frisou.

    A água que vem de Pernambuco, é vendida a R$1,50 a lata, e isso representa um custo muito alto para boa parte das famílias carentes do município, falou Maria José da Silva, moradora do Distrito de Carmelópolis. De acordo com ela, a Cagece está cobrando valores muitos altos nas tarifas de água e esgoto, especialmente por uma água que a população não pode usar pras suas principais necessidades. “Eu mesmo pago em torno de 50, 00 reais. No distrito em que resido , tem família, que está pagando, valores de 70,00  ao Cizar pelo custo da água consumida, e só  tem água uma vez por dia. Além disso, quando tomamos banho ficamos com coceiras por todo o corpo. Por todos esses motivos, acho que o Ministério Público deveria entrar com uma ação civil publica, pedindo a suspensão nas contas de água

   O coordenador da Defesa Civil do município, Afonso Carlos, disse que por conta do problema, a cidade de Campos Sales, em muitas áreas rurais estão a beira de um colapso. Cada dia cresce mais o número de pacientes que chegam ao hospital com diarreia, coceira, problemas estomacais entre outros, em consequência da qualidade ruim da água que muitos ainda são obrigados a consumir. Afonso informou que o Açude Poço da Pedra não tem mais nem 3% de sua capacidade, que é de 52 milhões de metros cúbicos de água

   O advogado Natanael Freitas da Silva, destacou que, diante dos reclames da população para com a Cagece, o fez ter uma curiosidade a cerca da legislação em que rege, essas concessionárias, mais precisamente a delegação da agência de serviços públicos do Ceará, principalmente em relação a Cagece. De acordo com o advogado, através desses estudos percebeu que a Cagece, tem o dever legal de prestar um serviço condizente no fornecimento da água.  Está sendo posta em voga a saúde publica dos clientes desse órgão, e com base nisso, a Ordem dos Advogados do Brasil, sub secção de Campos Sales, irá provocar o ministério publico, para dar entrada com uma ação civil pública, a fim de suspender a cobrança exorbitante da tarifa da  água que está sendo cobrada a  população.

  Em nota, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) informou que tem empreendido esforços no intuito de garantir a qualidade da água distribuída em Campos Sales. Além do baixo nível de acumulação de água, o açude Poço da Pedra, que abastece a cidade, também possui elevado grau de eutrofização, o que dificulta o tratamento da água.

  A nota ainda afirma que a Cagece esclarece que a água distribuída não apresenta agentes patogênicos que possam causar riscos à saúde da população. Vale destacar ainda que a Cagece realiza rigoroso controle de qualidade, tanto na Estação de Tratamento de Água (ETA), quanto na Rede de Distribuição de Água (RDA) em todos os municípios que opera. FONTE: AMAURY ALENCAR

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