quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Categoria cobra decreto de estado de emergência

A presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Mayra Pinheiro, acompanhada de profissionais da Saúde, conversou com deputados ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
 A presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Mayra Pinheiro, esteve ontem na Assembleia Legislativa e, ao lado de profissionais da medicina, conversou com os parlamentares e expôs a situação da saúde no Estado. Ela pediu apoio dos deputados para que o governador Camilo Santana decrete estado de emergência no sistema de saúde.
"Os hospitais estão em colapso total de medicamentos e muitos profissionais desistem de trabalhar nesses locais porque, além de não serem concursados, prestam assistência através de vínculos com cooperativas, estão sem receber suas remunerações, em média, há dois ou três meses. Isso sem falar na falta de insumos para o atendimento aos pacientes", relatou Mayra.
Para denunciar o problema, o Sindicato dos Médicos, o Conselho Regional de Medicina do Ceará e a Associação Médica Cearense vão realizar caminhada pelas ruas de Fortaleza amanhã, às 15h. A concentração será no Palácio da Abolição. A conversa com os profissionais inflamou os discursos dos opositores.
Wagner Sousa (PR) direcionou as críticas ao secretário de Saúde Henrique Javi, pedindo que o governo retire o Estado da "situação calamitosa" a que chegou. Ele afirmou nunca ter visto uma mobilização tão grande dos profissionais de saúde por serviço de qualidade. "O sindicato dos médicos já propôs soluções ao governador para resolver, mas não vê solução", alegou.
Má gestão
Heitor Férrer (PSB) disse estar de acordo com o sindicato dos médicos e declarou apoio à mobilização encabeçada pelo Conselho Regional de Medicina pelo reconhecimento de estado de emergência na saúde do Ceará. "Precisamos cobrar do governo essa decretação", opinou. Segundo ele, o Estado hoje é exemplo nacional de má gestão em saúde pública. O parlamentar citou a falta de medicamentos nos hospitais, "inclusive cateter" para hemodiálise.
Roberto Mesquita (PV) declarou que os parlamentares precisam tomar "uma atitude" sob o risco de serem cúmplices e corresponsáveis pelas mortes que possam ocorrer por falta de atendimento na área. "Esta casa (Assembleia) é responsável pela criação e fiscalização das leis e não pode se omitir quando mais de 12 mil pessoas aguardam para fazer uma cirurgia", alertou.
O deputado Carlos Matos (PSDB) destacou ser necessário voltar ao tempo e observar os prejuízos que a sociedade pode ter durante a transição de governos. Ele lembrou que o ex-governador Lúcio Alcântara, quando tinha como secretário da Saúde o médico Jurandir Frutuoso, criou o Programa Saúde Mais Perto de Você, que fortaleceu a assistência regional e reduziu a transferência de pacientes para as macrorregiões de saúde.
"Quando Cid Gomes assumiu o governo, a primeira coisa que ele fez foi acabar com o programa. Certamente porque havia sido criado por outro partido, pois não havia razão objetiva para que isso acontecesse", criticou.
Cirurgias
Sobre a vinda de pacientes do Interior para hospitais da Capital, mesmo com os equipamentos regionais, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) disse que persiste porque ainda falta atendimento em muitas cidades. Segundo ele, o Hospital Regional do Cariri está fechado para cirurgias eletivas "e sequer está atendendo na emergência os casos considerados não graves".
O líder do governo, Evandro Leitão (PDT), se pronunciou sobre as cobranças logo que chegou de reunião no Palácio da Abolição em que tratava das matérias do ICMS e IPVA. Ele contestou todas as críticas e sobre o atraso no pagamento dos médicos terceirizados, disse ter conversado com o secretário Henrique Javi, que teria se comprometido em solucionar pendências com os profissionais ligados às cooperativas, referentes ao mês de outubro, em até 72 horas.

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