segunda-feira, 23 de maio de 2016

Após expansão, zona de exportação do Ceará quer atrair novas empresas


A Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE) está em campanha para atrair novos investidores desde que sua área de 4,2 mil hectares foi acrescida de 1,9 mil hectares. Localizada em São Gonçalo do Amarante e integrante do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), a ZPE já tem quatro indústrias instaladas em sua área. Uma delas é a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que deve começar a operar em junho e é a maior instalada na zona, com investimento de US$ 5,4 bilhões.
Para a área agregada no começo deste mês, via decreto na gestão da presidenta Dilma Rousseff (atualmente afastada do cargo), os executivos da ZPE prospectam novos negócios nos setores têxtil, calçadista e petroquímico. Segundo o assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, Antônio Balhmann, cerca de 20 empresas já assinaram cartas de interesse solicitando reserva de espaço na nova área.
“Estamos divulgando a ZPE pelo Brasil nos setores industriais que são essencialmente exportadores e hoje não têm uma ambiência que favoreça a competitividade do produto brasileiro e oferecendo uma zona como a macro-localização, [que é] novidade no Brasil, já que todos os impostos são suspensos e é um instrumento específico para quem é exportador.”
A legislação brasileira determina que, no mínimo, 80% da receita das empresas instaladas em ZPEs sejam oriundas de exportações. Um projeto de lei em tramitação no Congresso propõe reduzir esse percentual para 60%.
Um dos setores cuja proposta está mais avançada é o de rochas ornamentais que, segundo Balhmann, movimenta US$ 1 bilhão em exportações. Entre os dias 31 de maio e 3 de junho, Fortaleza sedia a Brazil Stone Fair, que reúne empresas desse setor.
Para o presidente da Companhia Administradora da ZPE, Mário Lima Júnior, a atração de novos investimentos para a zona e o interesse por parte de diferentes indústrias demonstram que a situação é favorável, a despeito da situação econômica do país.
“As contabilidades são feitas internacionalmente e a movimentação financeira das empresas pode ser feita em bancos internacionais. Isso cria uma certa condição de segurança maior contra eventuais mudanças econômicas que ocorram fora dos muros da ZPE”, disse Lima Júnior.
Refinaria
Os 1,9 mil hectares que a ZPE incorporou seriam destinados à instalação da Refinaria Premium II. O projeto da Petrobras foi cancelado em janeiro de 2015 e virou alvo de investigação parlamentar na Câmara dos Deputados. Apesar disso, a diretoria da ZPE ainda quer uma nova refinaria no Ceará e destinou cerca de 740 hectares para atrair o investimento.
“Nós continuamos em articulações. Não abrimos mão do sonho da refinaria. Estamos trabalhando na construção de uma alternativa, que não é mais com a Petrobras”, afirma Balhmann. Segundo o assessor, uma dessas articulações envolve o acordo Brasil-China, assinado em maio de 2015, em que está sendo formado um fundo de financiamento de projetos.
“Já temos empresas prospectadas na China tanto na área de petróleo como na de petroquímica e estamos aguardando a operacionalização desse fundo para ter mais força e capacidade para financiar esses projetos.”
(Agência Brasil)

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