domingo, 24 de julho de 2016

Jovens empreendedores rurais

O caminho usual do jovem que vive em comunidades rurais do Nordeste é a migração em busca de oportunidades de estudo e de trabalho em cidades maiores, principalmente nas capitais. No Ceará isso não mudou. Mas uma experiência, iniciada há alguns anos, tem feito a diferença para jovens do território do Médio Curu, no Norte do Estado.
De origem francesa, a palavra empreendedor é usada para descrever uma pessoa que tem a necessidade de realizar coisas novas. E é isso que cerca de 140 jovens vêm fazendo, ao montarem seus próprios negócios, nas comunidades onde vivem, investindo não apenas no crescimento pessoal, mas inspirando aqueles que estão ao redor a serem indutores de desenvolvimento territorial.
Tudo começou quando, na primeira década dos anos 2000, um grupo de jovens teve acesso ao Programa de Educação em Células Cooperativas (Prece), em Pentecoste. Ao ingressarem em diferentes cursos da Universidade Federal do Ceará (UFC), eles começaram a pensar em como poderiam ser agentes transformadores em suas comunidades a partir do conhecimento adquirido no Ensino Superior.
Foi daí, em 2007, que nasceu a Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel), organização sem fins lucrativos que tem como missão promover o desenvolvimento local de comunidades rurais pelo empreendedorismo e do protagonismo social de jovens. O intuito inicial foi apoiar pequenos produtores rurais em situação de vulnerabilidade, com foco no fortalecimento da agricultura familiar. Mas, com o tempo, eles viram nos jovens o potencial transformador que buscavam.
Investiram primeiro em capacitação. Depois perceberam a necessidade de financiamento para a montagem dos negócios. Por fim, investiram no acesso a meios de comunicação locais e na formação de redes.
A sede fica em Pentecoste. A instituição conta com um Centro de Formação em São Gonçalo do Amarante, e atua em nove municípios no norte cearense: Pentecoste, Apuiarés, General Sampaio, Tejuçuoca, São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Umirim, São Luís do Curu e Paracuru.
Considerando cinco anos seguidos de seca e uma crise econômica que atinge as prefeituras, causa mais admiração o fato de esses jovens se manterem firmes em seus propósitos.

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