quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Ação objetiva preservar a 'Pedra da Andorinha'

Iniciado no começo deste mês, o trabalho de aceramento segue em plena atividade como reforço na proteção das áreas degradadas que, ao longo dos últimos dois anos, vêm passando pelo processo de reflorestamento ( Foto: Marcelino Júnior )
00:00 · 17.08.2017 por Marcelino Júnior - Colaborador
Sobral. Criada em 2010, a Reserva Refúgio de Vida Silvestre Pedra da Andorinha, localizada no distrito de Taperuaba, em Sobral, no Norte do Estado, tem se mantido, ao longo dos anos, como área de proteção ambiental, assegurando condições necessárias à existência e reprodução de diversas espécies de pequenos animais e da flora da região. Nos últimos anos, o local sofreu por conta das queimadas. Um trabalho de prevenção tenta barrar o surgimento do fogo.
A reserva também contribui para a preservação da diversidade biológica e ecológica, sendo utilizada, ainda, como espaço de pesquisa. O nome "Pedra da Andorinha", se dá, pela grande incidência de espécies variadas dessas aves migratórias, que buscam as rochas do local como moradia temporária e espaço de acasalamento.
Há pouco mais de um ano, um incêndio de grandes proporções mudou, quase por completo, a paisagem natural da reserva, única deste tipo no Ceará, e uma das 25 unidades espalhadas pelo País, com seus 600 hectares de bioma Caatinga, localizada a cerca de 65 quilômetros da sede de Sobral. O incêndio, iniciado num trecho da CE- 362, que margeia a Reserva, se espalhou rapidamente empurrado pelo vento forte e seco daquele mês de setembro, consumindo em pouco mais de 10 dias, cerca de 40% da área total, somente sendo vencido, após dias de trabalho intenso de equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Sobral, que se revezaram durante o trabalho, quando foram utilizadas, além da água dos caminhões, técnicas como abafamento, isolamento das áreas, resfriamento e rescaldo com bombas costais, criando "linhas frias", nas áreas afetadas.
Vivenciando um novo momento de estiagem, quando, no segundo semestre deste ano, o tempo seco e o vento forte voltam a ser mais favoráveis a novas ocorrências de incêndio, a atenção da Autarquia Municipal do Meio Ambiente de Sobral (AMA) tem sido redobrada quanto à questão, pois nessa época os agricultores costumam preparar a terra para o plantio, se utilizando da prática comum da limpeza dos terrenos por meio do fogo.
Além disso, práticas como a queima de lixo, ou o descarte de pontas de cigarro acesas nas matas, podem se tornar motivo de queimadas incontroláveis. Para que isso não volte a ocorrer, a Autarquia tem realizado uma ação preventiva, com a abertura de aceiros, no entorno da Revis Pedra da Andorinha.
O desbaste de aceiro é feito em volta de matas e outros locais, causando a descontinuidade de material vegetal combustível e, assim, ajudando a evitar que o fogo de novas queimadas e incêndios volte a se propagar. No caso da reserva, o material tem sido retirado em faixas de 3 a 5 metros, impedindo que futuras chamas avancem para dentro da Unidade de Conservação.
Alastramento
O aceiro pode ser aberto preventivamente ou como meio de evitar o alastramento de fogo já iniciado. De acordo com Bruno Ary Ferreira, diretor de Parques, Jardins e Unidades de Conservação (AMA), "já temos 1.500 metros lineares de aceiros limpos. Estamos, também, fazendo trabalhos de educação ambiental, sensibilizando as pessoas sobre os danos decorrentes de mau uso do fogo. Também articulamos a possível formação de uma brigada anti-incêndios florestais".
Iniciado desde o começo do mês de agosto, o trabalho de aceramento segue em plena atividade como reforço na proteção das áreas degradadas que, ao longo dos últimos dois anos, vêm passando pelo processo de reflorestamento. Segundo o biólogo e técnico responsável pela Unidade de Conservação, Francisco Ávila Mendes, "essa área degrada levará, no mínimo, cinco anos para que a estrutura de vegetação nativa volte a se recuperar plenamente".
Ainda, segundo Ávila Mendes, "a Unidade segue com seu trabalho na área da educação, pois asseguramos Termos de Cooperação Técnica entre a AMMA e instituições de Ensino Superior para a realização de visitas de pesquisa científica com cerca de 40 alunos por grupo. Também atendemos a visitas guiadas para quem aprecia o turismo ecológico na região".

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