domingo, 22 de abril de 2018

Programa já recuperou 16 nascentes na Caatinga

Áreas de Crateús foram replantadas com espécies nativas ( Foto: Associação Caatinga )

Iguatu. A degradação da flora nativa no sertão aumenta a cada ano, as matas ciliares são devastadas desprotegendo o solo, as nascentes de rios e riachos. Em meio a esse cenário de devastação, as políticas públicas de recuperação são reduzidas ou inexistentes. Felizmente, há iniciativas que contribuem para a conservação ambiental. Um exemplo é o Programa "No Clima da Caatinga" que recupera nascentes e áreas de reserva legal.
Patrocinado pela Petrobras Socioambiental, o programa já recuperou 16 nascentes e 96 hectares de Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente (APP) - equivalente a 96 campos de futebol- além de criar duas novas reservas, em Crateús, no Ceará, e em Buriti dos Montes, no Piauí.
Selecionado para o Programa Petrobras Socioambiental em 2010, com a proposta de mitigar efeitos do aquecimento global, por meio de ações de conservação e restauração florestal, na Reserva Natural Serra das Almas, localizada na divisa dos dois estados, as ações já apresentam resultados concretos.
Além das ações de proteção e recuperação, o projeto capacitou mais de 1.600 pessoas no uso de tecnologias sustentáveis e mais de 20 mil alunos em atividades de educação ambiental.
Em 2015, o projeto No Clima da Caatinga, recebeu o prêmio Von Martius de Sustentabilidade de melhor iniciativa ambiental do país na categoria Natureza. A premiação elege as melhores iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável, e é considerado um dos mais importantes na área ambiental e de sustentabilidade no Brasil.
Em sua primeira fase, realizada de 2011 a 2012, a iniciativa contribuiu para evitar a emissão de 152 mil toneladas de gás carbônico, além da captura de 12 mil toneladas de CO2. "A Petrobras tem sido uma parceira fundamental e estratégica na consolidação de ações que visam promover pesquisas e atender maior o número de famílias dessa região tão castigada pela seca", ressalta o coordenador geral do Projeto No Clima da Caatinga, Daniel Fernandes Costa.
Inscrições
A Petrobras abriu as inscrições para Seleção Pública 2018 do Programa Petrobras Socioambiental com objetivo de contribuir para conservação ambiental e melhorar as condições de vida das comunidades onde atua. Um exemplo de projeto que já faz parte do Programa é No Clima da Caatinga. As inscrições de projetos sociais e ambientais serão recebidas até o dia 4 de maio próximo.
"O programa contribui para a proteção ambiental e melhoria de vida dos moradores", ressalta a gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras, Beatriz Espinosa. "Suas linhas de atuação abrangem temas ambientais relevantes para a indústria de óleo e gás e temas sociais importantes para a promoção do desenvolvimento local".
As inscrições devem ser realizadas exclusivamente pelo site www.Petrobras.Com.Br/socioambiental. Serão aceitos projetos apresentados por entidades privadas sem fins lucrativos de todo o Brasil. O resultado desta seleção está previsto para ser divulgado em novembro.
Mata Ciliar
Está em curso um projeto para recuperação de um trecho de 20 hectares da mata ciliar do Rio Jaguaribe, no entorno da cidade de Iguatu, e na nascente, no município de Tauá, na região dos Inhamuns. O programa Cílios do Jaguaribe tem por objetivo implantar uma unidade piloto e um viveiro para produção de 120 mil mudas nativas por ano e plantio adensado de cinco mil pés por hectare.
A ação é pioneira e a partir do projeto piloto os técnicos querem estender a ação para outros trechos da Bacia do Rio Jaguaribe, um dos mais importantes cursos de água do Ceará. A iniciativa é da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e conta com o apoio da secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema). O projeto foi elaborado pelo agrônomo e mestre em Desenvolvimento Regional Sustentável, Paulo Ferreira Maciel, do Instituto Rio Jaguaribe. "O Rio Jaguaribe, ao longo de seu curso, sofre com a poluição, degradação ambiental, assoreamento e perda da sua mata ciliar", observou. "Não podemos apenas ficar olhando, vendo o tempo passar, sem uma ação concreta de recuperação e proteção do mais importante rio do Ceará".
Para o presidente do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, César Cristóvão, o projeto é pioneiro e muito esperado pela comunidade e produtores rurais. "Sem a proteção da mata ciliar, ocorrem a cada ano perdas de áreas produtivas, avanço da erosão nas barreiras do rio", frisou. "Esse projeto precisar sair do papel, obter recursos e ser implantado".

Nenhum comentário:

Postar um comentário